Constantemente procuro ensinar muitas
coisas boas aos meus filhos.
Disse ao mais velho que ele não deve se
preocupar em ter muito, mas apenas em
ter o necessário, o suficiente.
Hoje, se qualquer pessoa perguntar ao
meu filho de 6 anos se ele se considera
rico ou pobre, com certeza responderá:
"Não sou rico nem pobre, apenas tenho o
suficiente".
Vivemos em um momento histórico onde a
sociedade (principalmente o Brasil) vive
à procura do bem estar próprio em uma
postura altamente narcisista e hedonista.
Para isso idealiza-se a busca pelo corpo
perfeito e, atrelada a isso o desejo de
riquezas e muita prosperidade financeira.
No meio cristão-religioso, a "pobre"Teologia
da Prosperidade tem a sua parcela de
contribuição para defender esses desejos
humanos.
Como o Brasil é um país de extremo sicretismo
e pluralismo religioso com uma bagagem de um
imenso misticismo, é muito comum vermos igrejas
oferecendo aquilo que o povo quer.
Saúde, riquezas, prosperidade e triunfo sobre
todas as coisas (como se isso fosse o resumo
do Evangelho de Cristo).
Jesus disse:"...a vida de um homem não consiste
nos bens que ele possui." - Lucas 12:15
Além disso, todas as vezes que vemos Jesus falar
com um rico na Bíblia é no sentido de não ser
avarento.
Ele viu o cego, viu o paralítico, viu a mulher
com fluxo de sangue e os curou. Ele viu alguns
mortos e os ressuscitou (não quer dizer que ele
curou a todos de seu tempo, nem mesmo ressuscitou
a todos, mas àqueles dos quais Deus, por sua
soberania quiz curar e ressuscitar). Ele encontrou
endemoniados e os libertou. Porém, quando encontrou
os ricos disse-lhes (a todos): "Vai, vende o que tens
e distribua aos pobres e depois vem e segue-me".
As igrejas precisam cuidar do rebanho de Deus de
forma responsável. Devemos ensinar aos crentes não
buscarem em primeiro lugar as coisas da terra, pois
aqueles que andam preocupados e ansiosos com estas
coisas são os pagãos; os cristãos devem aprender
a agradecer pelo que tem e saber que Deus cuida
de seus filhos (Mateus 6:25-34). Pregar o evangelho
prometendo o céu na terra, e a prosperidade material
não é evangelho.
Devemos orar pela cura dos enfermos, porém, devemos
levar em conta o poder de Deus e também a sua
presciência de todas as coisas, ou seja, se não
haver determinada cura, Deus sabe o porquê. Dizer
que todos serão curados não é pregar o verdadeiro
evangelho.
O verdadeiro evangelho consiste antes de tudo em
fazer o homem compreender a vontade de Deus,
fazendo-o amar a Deus acima de todas as coisas e
amar ao próximo como a si mesmo. Consiste em
resgatar o homem de seu estado natural, preso
na ignorância e no pecado e levá-lo a conhecer
o Deus verdadeiro em Jesus Cristo. É, acima de
tudo, resgatá-lo do mal e levá-lo para o bem;
tirá-lo das trevas e levá-lo para a luz;
é libertá-lo da escravidão do pecado, levando-o
ao processo de santificação pelo poder do
Espírito Santo. É mostrar a todos que Jesus
Cristo é a única saída para levá-los ao céu.
Não podemos permitir "outros evangelhos" dentro
da igreja. Temos que tomar cuidado com os
anseios deste mundo e não sermos influênciados
por eles. O pensamento humano, histórico e
filosófico não pode mudar o evangelho, mas o
evangelho deve mudar o pensamento humano,histórico
e filosófico. Não vamos permitir que o hedonismo,
o narcisismo, o triunfalismo e a teologia da
prosperidade invadam nossos púlpitos, pois, caso
isso ocorra, a saúde espiritual do povo estará
comprometida, nosso sermão não será o verdadeiro
evangelho e aqueles que pregam serão falsos
mestres. Deus nos guarde em nome de Jesus Cristo.
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