domingo, 27 de fevereiro de 2011

Rico ou pobre?

Constantemente procuro ensinar muitas
coisas boas aos meus filhos.
Disse ao mais velho que ele não deve se
preocupar em ter muito, mas apenas em
ter o necessário, o suficiente.
Hoje, se qualquer pessoa perguntar ao
meu filho de 6 anos se ele se considera
rico ou pobre, com certeza responderá:
"Não sou rico nem pobre, apenas tenho o
suficiente".

Vivemos em um momento histórico onde a
sociedade (principalmente o Brasil) vive
à procura do bem estar próprio em uma
postura altamente narcisista e hedonista.
Para isso idealiza-se a busca pelo corpo
perfeito e, atrelada a isso o desejo de
riquezas e muita prosperidade financeira.
No meio cristão-religioso, a "pobre"Teologia
da Prosperidade tem a sua parcela de
contribuição para defender esses desejos
humanos.
Como o Brasil é um país de extremo sicretismo
e pluralismo religioso com uma bagagem de um
imenso misticismo, é muito comum vermos igrejas
oferecendo aquilo que o povo quer.
Saúde, riquezas, prosperidade e triunfo sobre
todas as coisas (como se isso fosse o resumo
do Evangelho de Cristo).
Jesus disse:"...a vida de um homem não consiste
nos bens que ele possui." - Lucas 12:15

Além disso, todas as vezes que vemos Jesus falar
com um rico na Bíblia é no sentido de não ser
avarento.
Ele viu o cego, viu o paralítico, viu a mulher
com fluxo de sangue e os curou. Ele viu alguns
mortos e os ressuscitou (não quer dizer que ele
curou a todos de seu tempo, nem mesmo ressuscitou
a todos, mas àqueles dos quais Deus, por sua
soberania quiz curar e ressuscitar). Ele encontrou
endemoniados e os libertou. Porém, quando encontrou
os ricos disse-lhes (a todos): "Vai, vende o que tens
e distribua aos pobres e depois vem e segue-me".

As igrejas precisam cuidar do rebanho de Deus de
forma responsável. Devemos ensinar aos crentes não
buscarem em primeiro lugar as coisas da terra, pois
aqueles que andam preocupados e ansiosos com estas
coisas são os pagãos; os cristãos devem aprender
a agradecer pelo que tem e saber que Deus cuida
de seus filhos (Mateus 6:25-34). Pregar o evangelho
prometendo o céu na terra, e a prosperidade material
não é evangelho.
Devemos orar pela cura dos enfermos, porém, devemos
levar em conta o poder de Deus e também a sua
presciência de todas as coisas, ou seja, se não
haver determinada cura, Deus sabe o porquê. Dizer
que todos serão curados não é pregar o verdadeiro
evangelho.
O verdadeiro evangelho consiste antes de tudo em
fazer o homem compreender a vontade de Deus,
fazendo-o amar a Deus acima de todas as coisas e
amar ao próximo como a si mesmo. Consiste em
resgatar o homem de seu estado natural, preso
na ignorância e no pecado e levá-lo a conhecer
o Deus verdadeiro em Jesus Cristo. É, acima de
tudo, resgatá-lo do mal e levá-lo para o bem;
tirá-lo das trevas e levá-lo para a luz;
é libertá-lo da escravidão do pecado, levando-o
ao processo de santificação pelo poder do
Espírito Santo. É mostrar a todos que Jesus
Cristo é a única saída para levá-los ao céu.

Não podemos permitir "outros evangelhos" dentro
da igreja. Temos que tomar cuidado com os
anseios deste mundo e não sermos influênciados
por eles. O pensamento humano, histórico e
filosófico não pode mudar o evangelho, mas o
evangelho deve mudar o pensamento humano,histórico
e filosófico. Não vamos permitir que o hedonismo,
o narcisismo, o triunfalismo e a teologia da
prosperidade invadam nossos púlpitos, pois, caso
isso ocorra, a saúde espiritual do povo estará
comprometida, nosso sermão não será o verdadeiro
evangelho e aqueles que pregam serão falsos
mestres. Deus nos guarde em nome de Jesus Cristo.

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