terça-feira, 4 de janeiro de 2011

UNIDADE CRISTÃ ? ? ?



O Salmo 133:1 diz:

“Vejam como é bom, como é agradável os irmãos viverem unidos”.

Um pouco mais adiante nas Escrituras, o próprio Jesus diz:

“...Pai Santo, guarda-os em teu nome, o nome que tu me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um” – João 17:11 parte b do versículo.

“Eu não te peço só por estes, mas também por aqueles que vão acreditar em mim por causa da palavra deles, para que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti. E para que também eles estejam em nós, a fim de que o mundo acredite que tu me enviaste. Eu mesmo dei a eles a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um.” – João 17:20-21.

Tanto o salmista no Antigo Testamento quanto Jesus Cristo no Novo Testamento, afirmam que a vontade de Deus é a união dos irmãos. Este é um ponto das Escrituras que os evangélicos não conseguem cumprir.
Quando ocorreu a Reforma Protestante na Europa, no século XVI, os motivos foram óbvios e justos. Segundo a história, Martin Lutero, conhecido como o Pai da Reforma Protestante, contestou várias atitudes do alto clero católico, das quais, a mais intolerante foi a venda de Indulgências. Contudo, Lutero até tentou dialogar com o clero católico, que, como todos sabem, não admitiam nenhum diálogo. Lutero foi excomungado pelo Papa deste período e só não foi morto pela “Inquisição” graças à intervenção de amigos e, posteriormente, às mudanças políticas que abraçaram as idéias do monge alemão – conforme consta nos livros “História e Consciência do Mundo” de Gilberto Cotrim e “História da Igreja Cristã” de Jesse Lyman Hurlbut. Por este ângulo, podemos perceber que Lutero não teve chances de um diálogo justo. Lutero não saiu da Igreja, ele foi expulso dela. Dessa forma, a Igreja Católica não pode afirmar que os evangélicos surgiram por conta própria. De fato, os católicos contribuíram para que surgissem as igrejas reformadas, não somente porque excomungou Lutero, mas porque também afastou-se do precioso Evangelho de Cristo e das ordenanças bíblicas o que viria, naturalmente, gerar divisões.
Durante séculos os evangélicos não pararam de crescer, porém este crescimento não se deu por meio de união, mas por divisões. Já no século XVI e XVII, a Igreja Luterana, não concordava em tudo com a Igreja da Inglaterra que por sua vez, pouco tinha a ver com as presbiterianas e independentes. De dentro das igrejas da Inglaterra surgiram os anabatistas que pregavam contra o batismo de crianças. No século XVIII, da igreja Anglicana, foi afastado John Wesley, por sua maneira de crer e pregar a Palavra de Deus e, através dele, surgiu a Igreja Metodista.
Resumindo a História, a partir do século XX, quando as igrejas reformadas já haviam se estabelecido por muitos países do oriente, por toda a Europa, África e também nas Américas, o número de divisões aumentou 10 vezes mais do que no início da Reforma. De um ex-presbiteriano surgiu a Congregação Cristã no Brasil após este ter experiências espirituais (conhecido como movimento pentecostal); Do movimento pentecostal, muitos ministros de diversas denominações (batistas, congregacionais e outros) uniram-se e, então, surgiram as diversas igrejas pentecostais das quais as mais conhecidas e as que mais cresceram e se destacaram foram as Assembléias de Deus. Daí em diante surgiram mais igrejas como, o Evangelho Quadrangular, O Brasil para Cristo, a Deus é Amor e outras independentes que foram aparecendo, uma pós a outra.
Em pleno século XXI, os grupos batistas são vários. Existem as Batistas Brasileiras, a Batista Nacional, a Batista do Getsêmani, e outras batistas. As Assembléias de Deus também cresceram e dividiram-se em diversos ministérios. Assembléia de Deus da Penha no RJ, Assembléia de Deus do Belém, Assembléia de Deus da Madureira, Assembléia de Deus de Perus, Assembléia de Deus do Braz, Assembléia de Deus....! A Presbiteriana também não ficou atrás. Você pode encontrar no território nacional a igreja Presbiteriana do Brasil, a Presbiteriana Independente e a Presbiteriana Renovada. O mesmo ocorre com a Igreja Metodista que sofreu algumas divisões.
Desde então, surge um grupo novo a cada semana. Todas as novas igrejas são fundadas por pastores e líderes que saíram de alguma igreja evangélica existente.
Não sei se este era o único jeito de crescer, mas acredito que a divisão não é uma coisa muito boa. Os textos bíblicos enfatizam bem a idéia de unidade da igreja do Senhor Jesus Cristo. Se cada detalhe ou idéia divergente for motivo para um líder cristão sair de onde está e iniciar outra igreja cristã, então o número de “novas igrejas” irá quadruplicar todos os anos, porém, não haverá possibilidade de pregar “unidade cristã”.
Contudo, este ainda não é o grande problema da falta de união, pois é possível pertencer a instituições diferentes e seguir o mesmo Cristo.
Quando falo em falsa união dos evangélicos, não me refiro apenas ao fato de haver muitas divisões porque estes grupos buscam abrir diálogos entre si a fim de unir-se em meio às suas diferentes formas de crer e realizar cultos, e quando chegam ao diálogo, concordam que o grande objetivo em comum é a evangelização das pessoas a fim de que estas tenham um encontro com Cristo. Na teoria é ótimo, mas na prática não têm funcionado. Se de fato houvesse um interesse real em anunciar Jesus Cristo ao mundo, os evangélicos poderiam unir-se e, juntos, poderiam comprar uma emissora de Televisão e Rádio e utilizar esta mídia para fazer programas cristãos 24 horas. Seria uma boa opção de programação para os membros destas igrejas e também uma rica oportunidade para evangelizar.
É aí que o problema começa. Cada instituição luta pelos seus próprios interesses. Cada igreja paga a sua programação no rádio ou na TV (se puder). A verdade é que ninguém quer ficar para trás. Quem seria o líder e organizador principal destes projetos para a Televisão ou rádio? Quem conduziria os programas nos chamados “horários nobres”? O Anglicano? O Batista? O Presbiteriano? O Assembleiano? O Luterano? O Metodista? Seriam os pastores das igrejas O Brasil para Cristo? Ou seriam os congregacionais? Os da Quadrangular? E as inúmeras novas igrejas? Onde estariam elas?
Não senhores e senhoras. Neste momento fica evidente que isso não acontece porque a união dos evangélicos é somente para orar e adorar a Deus, porém para agir e trabalhar para o crescimento do Reino muito pouco tem se realizado em termos de união cristã. Daí, por causa dos interesses pessoais de cada organização religiosa, o Evangelho deixa de ser pregado a milhares de pessoas e as famílias cristãs ficam sem opção de uma programação sadia na Televisão.
Se os evangélicos fossem realmente unidos, poderiam construir Hospitais nas grandes periferias e atender as comunidades. Para isso, deveria haver uma cooperação mútua entre as diversas organizações cristãs evangélicas.
Como isso não acontece, fica evidente a falta de união destes grupos.
É por isso que podemos afirmar que os evangélicos têm grande dificuldade me cumprir a vontade de Deus em estar verdadeiramente unidos a fim de que o Evangelho seja pregado a toda criatura.

Jesus disse: “...para que eles sejam um, como nós somos um”.

Isso é muito profundo. O que Jesus quer nos passar quando diz que ele e o Pai são um?
O Pai e o Filho estão ligados de maneira que não podem se dividir. Eles estão juntos em tudo. Eles têm o mesmo propósito e objetivo. Pensam da mesma maneira e agem juntos. Isso é união.
Jesus orava ao Pai para que os seus discípulos fossem unidos da mesma maneira que o Filho é ligado no Pai, e o Pai ligado no Filho. Aliás, não falo apenas do Pai e do Filho, mas da própria Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo) onde Um Deus, subsiste em três pessoas distintas que não divergem entre si. A unidade da Igreja de Cristo deve ser como a unidade da Trindade Divina.

Os evangélicos não estão fora deste propósito?
Então não adianta me convidar para ir na “Marcha para Jesus”, porque parece-me uma Hipocrisia. Ao meu ver, a Marcha só tem a finalidade de mostrar à nação, o crescimento númerico dos evangélicos. Contudo, o objetivo da Verdadeira Igreja não é mostrar o número de fiéis evangélicos existentes no Brasil ou no mundo mas anunciar a Cristo, o único e suficiente Salvador para os pecadores. O real objetivo da Igreja deve ser o de ajudar o próximo e trabalhar para construir uma sociedade melhor.Ganhar almas, evangelizar por meio do serviço, do trabalho a exemplo de Jesus que disse: Eu vim para servir! Meu Pai trabalha até agora e eu trabalho também!

Quem sabe isso venha acontecer de fato.
Este é o meu desejo. Esta é a minha oração.

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